Luxação da Patela
A Luxação da patela é a perda da congruência articular da patela com o fêmur (“a patela sai do lugar”), é uma condição muito grave e dolorosa, podendo se tornar incapacitante para diversas atividades caso o paciente evolua com um instabilidade recidivante.
A luxação da patela pode ser aguda e traumática (pancada sobre a região medial d a patela), aguda e atraumatica, recidivante(recorrente, mais que 2 episódios), habitual(em toda flexo-extensão do joelho) e permanente(patela fora do lugar).
A patela tem um formato triangular em sua face articular, que se articula diretamente com a tróclea do fêmur (parte articular do fêmur com a patela) em formato de V, aumentando a estabilidade da articulação patelofemoral a partir dos 30 ° de flexão.
A estabilidade da articulação entre a patela e o fêmur é muito dependente, a partir dos 30 ° de flexão, da conformação óssea da troclea, caso o paciente apresente algum grau displasia troclear, o mesmo , vai apresentar uma maior chance de apresentar um quadro de luxação recidivante da patela.
Quadro Clinico
Geralmente o paciente tem a sensação de que a patela saiu do lugar e voltou, seguido de muita do e edema no joelho, pode apresentar déficit de força e movimento no joelho. Em alguns poucos casos, a patela não reduz (volta para o lugar)espontaneamente, nesses casos, o joelho encontra-se em flexão e a patela na face lateral do joelho, é um condição extremamente dolorosa, a redução é conseguida pela extensão do joelho e deve ser feita pelo medico em ambiente hospitalar sobre sedação caso seja possível.
Tratamento
O tratamento inicial da luxação da patela consiste em repouso, gelo, imobilização do joelho por um curto período de tempo (5 -14 dias), desde que tolerado pelo paciente. O paciente pode fazer uso de medicações para alivio dos sintomas (antiinflamtórios, corticoide e analgésicos) caso seja necessário.
Após a fase aguda (2 semanas) o paciente deve iniciar o trabalho de fisioterapia para redução do edema, analgesia e principalmente visando o fortalecimento muscular da musculatura da coxa (adutores, vasto medial e vasto médio obliquo) e rotadores externos do quadril (glúteo médio) e ganho de amplitude de movimento.
Geralmente pacientes com o primeiro episódio de luxação, luxações traumáticas e pacientes acima dos 30 anos, tem ótima resposta ao tratamento não cirúrgico e não evoluem com luxação recidivante da patela.
Tratamento cirúrgico
Pacientes com luxação aguda do joelho , traumática ou não, com presença de fratura osteocondral do joelho, decorrente da luxação devem ser submetidos a cirurgia, com abordagem do fragmento e reconstrução do ligamento patelo femoral media (LPFM)
Pacientes jovens, abaixo dos 20 anos, e atletas têm melhoraes resultados com o tratamento cirugico já no preimeiro episódio de luxação da patela
Pacientes com luxação recidivante da patela , mais que 2 episódios, devido ao risco de novos episódios de luxação e agravamento das condições locais (cartilagem e ligamentos)
Pacientes com grande displasia troclear onde o tratamento não cirúrgico geralmente tem resultados ruins a longo prazo, além dos pacientes com luxação habitual e luxação permanete.
Cirugias:
Reconstrução do LPFM
Nessa cirurgia utilizamos o tendão do grácil ou semitendineo como enxerto pra reconstrução do ligamento patelo femoral da patela e realizamos a fixação do mesmo com 2 ancoras óssea na patela e 1 parafuso de interferência no fêmur, através de 3 incisões de 3-5 cm na região medial do joelho , após a realização da artroscopia do joelho para verificação de lesões associadas
Realinhamento do aparelho extensor
Pacientes com desalinhamento do aparalho extensor (TAGT>20mm), necessitam de um cirurgia de realinhamento do aparelho extensor, que é realizado através de uma osteotomia da tuberosidade da tíbia, realizando sua medialização e anteriorização, caso necessário. Geralmente essa cirurgia é realizada em conjunto com a reconstrução do LPFM descrita acima.
Reabilitação
Geralmente o paciente opera em um dia e tem alta no dia seguinte , para melhor controle álgico, o paciente pode dar carga parcial progressiva no membro operado já no dia seguinte da cirurgia, com o uso de muletas até o paciente adquirir equilíbrio, força e confiança para deambular sem muletas, oque geralmente ocorre entre 2 a 6 semanas.
Após 2 semanas se da inicio na fisioterapia, que será voltada para ganho de arco de movimento (ADM) do joelho nas primeiras 6 semanas, após isso inicia-se o tratamento voltado para fortalecimento muscular progressivo na fisioterapia.
Após 3 meses de pós operatório o paciente é liberado para atividades de baixo impacto e sem movimentos de rotação do joelho (natação, hidroginástica, bicicleta) e fortalecimento na academia com carga progressiva. Nesse momento inicia-se também o retorno ao esporte com exercícios específicos e treino do gesto esportivo
Entre 3 e 6 meses o paciente já pode retornar as suas atividades físicas de forma integral, dependendo da reabilitação estar completa ou não.